A vida urbana, a falta de tempo e de ânimo para praticar esportes diariamente ou com certa freqüência fez surgir os chamados “Atletas de Final de Semana”. Pessoas que se mantêm praticamente sedentárias a maior parte do tempo e acabam concentrando a atividade física num único dia, o que na verdade não condiciona fisicamente uma pessoa, pelo contrário, pode acarretar sérios problemas à saúde.

Ao praticar qualquer atividade física, os atletas de final de semana realizam um esforço que seu organismo não está acostumado ou que não foi preparado para fazê-lo. É fácil entender: correr 30 minutos por dia não é a mesma coisa que correr duas horas em apenas um dia da semana.
O organismo precisa da regularidade para obter os ganhos que os exercícios oferecem. Se você não pode, pelo menos, caminhar quatro vezes por semana, não adianta querer tirar o atraso no fim de semana. Na medida certa, a atividade física reduz o risco de morte por doenças cardíacas, hipertensão e diabetes. Ajuda no controle de peso e promove o bem-estar.
Em contrapartida, o excesso de atividade física pode provocar problemas hormonais e as seguintes lesões:
Luxação: é a separação ou deslocamento das partes ósseas numa superfície articular ou perda completa da superfície de contato entre os ossos de uma articulação. O ombro é o campeão das luxações.
Tendinite: resposta inflamatória a um micro-trauma de um tendão. Esse mal é mais comum em atletas que fazem esforço físico repetitivo, como os tenistas, que apresentam inflamação do tendão do antebraço. Mas, os atletas esporádicos também apresentam tendinites.
Contusão: é uma escoriação, geralmente decorre de pancadas e batidas. Quanto menos resistentes forem os músculos, maior é a contusão.
Entorse: lesão articular que ocorre quando o movimento numa articulação excede a amplitude normal do movimento, ocorrendo um deslocamento súbito da articulação. O mais comum é a entorse no tornozelo e no joelho.
Distensão muscular: nome comum para uma ruptura de fibras musculares ou do tecido fibroso do músculo, geralmente causado por um esforço muito grande ou por estresse muscular. Também chamado de estiramento muscular.
Ruptura de tendão ou ligamento: o joelho é o campeão deste tipo de lesão. Músculos fortes protegem mais os ossos, ligamentos e tendões.
Fratura: os ossos de pessoas sadias se tornam mais densos e fortes quando submetidos à pressão constante, por isso, pessoas ativas que fazem exercícios com regularidade, têm menos probabilidade de fraturas. Tanto os atletas de fim de semana, quanto os atletas profissionais, podem apresentar fraturas por estresse.
A dose ideal de atividade física é individual e delimitada pelo prazer e pela dor. Devem ser levados em conta a idade, motivação, aptidão e o biótipo. Sempre com base na avaliação física-funcional do indivíduo.
COMO A FISIOTERAPIA PODE AUXILIAR NESTE DILEMA?
A fisioterapia aplicada à área esportiva dedica-se não somente ao tratamento do atleta lesado, mas, também, à adoção de medidas preventivas, a fim de reduzir a ocorrência de lesões. O trabalho preventivo é delineado e realizado de maneira eficaz, com base no levantamento dos fatores de risco referentes à modalidade esportiva desejada pelo indivíduo.
A base na prevenção das lesões leva em conta a capacidade de se avaliar adequadamente as limitações de quem pratica o esporte, associada ao conhecimento da magnitude e do tipo de sobrecarga exercida nas articulações, tendões e músculos, portanto, “atletas” bem condicionados e com acompanhamento adequado sofrem um menor número de lesões.
Os aspectos intrínsecos (relacionados ao atleta) como biótipo, presença de lesões anteriores, capacidades físicas desenvolvidas, presença de alterações corporais, desequilíbrios musculares presentes, são tão importantes nesta análise quanto os extrínsecos (relacionados ao esporte praticado), por exemplo: tipo de esporte, material utilizado, quantidade semanal da atividade e tipo de treinamento a ser realizado. Depois de evidenciados esses riscos, eles podem ser controlados através de projetos de intervenção do fisioterapeuta, com a finalidade de eliminar ou minimizar os mesmos.
No entanto, a fisioterapia capacita o ser humano a também se recuperar de seqüelas ocasionadas pela prática esportiva descontinuada e despreparada, tanto após uma cirurgia quanto a um traumatismo.
O objetivo principal da fisioterapia é devolver o atleta a sua prática esportiva o mais breve possível dentro dos limites fisiológicos após uma lesão. O conhecimento das propriedades fisiológicas de cada fase é extremamente importante para o fisioterapeuta realizar um melhor diagnóstico e assim poder direcionar o tratamento a ser executado em todo e qualquer tipo de lesão. Isto serve como base para a melhor compreensão dos processos patológicos e assim indicar e utilizar as melhores ferramentas para o tratamento.
Em qualquer lesão, ocorrem eventos fisiológicos específicos em resposta ao traumatismo. Cabe ao fisioterapeuta reduzir a gravidade desses efeitos fisiológicos, otimizar o tempo de cicatrização e devolver o atleta as suas atividades o mais cedo possível sem comprometer seu bem-estar.
Os objetivos principais e/ou rotineiros, de um programa de fisioterapia incluem a melhora do quadro sintomatológico, acelerar a cicatrização, melhorar mobilidade articular, ganhar amplitude de movimento, melhorar resistência muscular, restabelecer a propriocepção e por fim fazer com que o indivíduo retorne ao esporte de forma orientada.
A Fisioterapia trabalha com um programa individualizado e dinâmico de exercícios prescritos para prevenir ou reverter às seqüelas, combinando exercício e as modalidades terapêuticas com a finalidade de restaurar os atletas ao seu nível normal de atividade. A reabilitação esportiva não inclui apenas a restauração completa, mas se esforça também para um nível de condicionamento maior do que o nível que o atleta possuía antes da lesão.
Os recursos fisioterápicos usados são inúmeros: Crioterapia, Eletroterapia, Laserterapia, Termoterapia, Mecanoterapia, Cinesioterapia, Compressão Intermitente, Massoterapia, Treinamento Isocinético, Reavaliação e avaliação do plano de tratamento.
Portanto, é importante lembrar que sentir dores durante a prática de atividades físicas não é normal. A dor é sinal de erro, pode ser de carga excessiva ou da realização de movimentos inadequados. E insistir no erro pode comprometer seriamente as estruturas do corpo. Caso o processo doloroso se estenda por 24 horas ou ocorra a limitações dos movimentos, edema, inchaços, perda de sensibilidade local ou periférica é preciso fazer uma avaliação da sua saúde.
Texto escrito pelo Autor do Blog
PRÓXIMO TEMA: EXERCÍCIO FÍSICO E GRAVIDEZ - BENEFÍCIOS E CUIDADOS
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